5 de setembro de 2011

O muro que ninguém construiu


Existe, mundo afora, muitos muros invisíveis. Muros imagináveis, barreiras, divisores de classe, de opinião, de status, de amigos, de uma infinidade de coisas.


É, na verdade, uma aceitação. Se você defende uma opinião, fica de um lado. Se defende uma opinião contrária, fica de outro. Você só não pode ‘não defender’ nenhuma, pois pode parecer pecado. NÃO PODE!


É como se esses muros fossem erguidos para separar o certo do errado, embora não exista apenas um lado certo. O que existe, são dois lados que defendem de forma errada duas opiniões diferentes. 


Eu acredito que as pessoas não estão preparadas para viver em comunidade. Linkando um pouco com o que minha querida Laila Flower escreveu, parece que não estamos preparados para viver em 63.759.000 km². Aliás, você sabia que somente 1/8 da terra é habitável? Em toda a sua extensão, apenas em 1/8 é possível habitar!


Não é errado as pessoas se unirem por afinidades. Na verdade isso é muito certo, e é a lógica da sociedade. Errado sou eu achar que a minha afinidade é a única certa, defender isso com unhas e dentes, julgar outros pontos de vista, e não dar espaço para pessoas com afinidades diferentes defenderem-se.


É muita hipocrisia achar que todo mundo precisa ser igual. Ou que todos devem ter (e defender!) a mesma opinião. É a patricinha da faculdade que não admite que uma suburbana ocupe a mesma sala que ela. É aquele amigo que mata por uma Pepsi, enquanto você prefira Coca-Cola. É o pessoal do vôlei que não aceita que tem gente que não gosta do esporte. Ou o pessoal do tênis que não admite que as pessoas não entendam a contagem de pontos.  “O que seria do azul, se todo mundo gostasse do vermelho”?


Há certo tempo atrás, eu ouvi uma história muito sábia. Nos primórdios, as pessoas viajavam em fila indiana, caminhando uma atrás da outra. Carregavam consigo duas bolsas grandes, uma na frente e outra atrás, e levariam nelas seus defeitos e suas qualidades. Na bolsa que carregavam na frente do corpo, eram colocadas todas as suas qualidades. Na bolsa que ficava atrás, viajavam seus defeitos. Dizem que é por isso que hoje em dia é mais fácil enxergar o defeito dos outros do que os nossos.


Assim como a Shai, eu também afirmo: “para mim estes mais de 63 milhões de quilômetros quadrados são mais do suficientes”. Eu ainda complemento: São mais do que suficientes para que eu tenha minhas opiniões respeitadas e que possa respeitar as opiniões das pessoas. Ninguém precisa gostar do que eu gosto. E eu não preciso concordar com a opinião de todo mundo.


Eu quero é poder viver em um mundo sem muros que separam. Não estou aqui para defender ninguém, tampouco ofender alguém. Quero apenas dizer que o mundo, apesar de apenas 1/8 é muito grande e tem espaço para todo mundo tocar sua vida. E ser feliz.


A vida é muito curta para viver de mágoas, #mimimi, invejas, ciúmes. Estou preparada para ser feliz e viver em paz, com quem quer viver em paz comigo também.


Um bjo da Daia

2 comentários:

Shaiala Marques disse...

Perfeito!
Sem dúvida se houvesse mais respeito, as pessoas viveriam melhor e em paz. Cada pessoa é diferente da outra, e sempre haverá algo para se distanciarem...a não ser que se disponham a viver em paz com as afinidades que tenham!
Acho que exatamente está na hora de pararmos de nos fixar naquilo que nos afasta e nos apegar no que nos aproxima...viver feliz, em paz e satisfeito, aprendendo um com o outro e sem conflitos!
Daia, tu deu uma aula de tolerância, respeito e paz!!!

Wing Design disse...

Falou tudo!!
Estou indo com vc viver em paz e não pretendo voltar!! ;)

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